domingo, 24 de junho de 2012

Livros de Mão em Mão

O Projeto Livros de Mão em Mão tem como objetivo estimular a leitura em crianças, jovens e adultos.
Livros são deixados em locais públicos e, quem os encontra, após a leitura, deve repassá-los. Com essa circulação, espera-se atingir pessoas de diferentes níveis de escolaridade, valorizando a importância da leitura.
Você também pode ajudar, baixe o informativo e a ficha de controle, cole num livro que tenha em casa e deixe-o ir de Mão em Mão. Ele não precisa ser novo e pode ser sobre qualquer assunto. O importante é não deixar a ideia morrer e beneficiar o maior número de pessoas.
Se você quiser contribuir com esse projeto entre em contato. Sua contribuição será muito bem-vinda.
Baixe o informativo que será colado no início do livro. Ele explica o que é o projeto e como proceder. Informativo
Baixe a ficha de controle que será colada no final do livro. Através dela podemos ver por quais cidades o livro passou, trocar e-mails com algumas pessoas que já o leram e até deixar uma mensagem para os próximos leitores. Ficha de Controle

sábado, 23 de junho de 2012

O menino do dedo verde

A primeira vez que li O Menino do Dedo Verde, tinha por volta de 11 anos e foi para um trabalho da aula de Português. Fomos até assistir a peça no Teatro Princesa Isabel, aqui no Rio de Janeiro.
Tempos depois, em 2010, tive o prazer de reler essa maravilha, pois o musical que escrevia para a apresentação de final de ano da escola em que trabalho, era baseado nele.
A história foi escrita em 1957 pelo francês Maurice Druon e ainda está atual nessa época em que as pessoas se preocupam cada vez mais com questões ambientais.
Tistu é um menino especial, filho do Senhor Papai e de Dona Mamãe, mora na cidade de Mirapólvora. Pouco tempo depois que entrou na escola foi expulso, pois dormia nas aulas.
Sua família, então, decide que sua educação será na prática, vivenciando as coisas. Seu primeiro professor é o Senhor Bigode, o jardineiro da casa. Foi aí que Tistu descobriu que tinha o dedo verde. Onde ele encostava o seu polegar, nasciam plantas e flores.
Separei algumas frases interessantes do livro. Quem ainda não leu, não deixe de fazê-lo.
“Em que você está pensando Tistu? – perguntou-lhe um dia Dona Mamãe. Tistu respondeu: - Estou pensando que o mundo podia ser bem melhor do que é.”
“Tistu teve a impressão de que o sol perdia o seu brilho, o prado se tornava escuro e o ar difícil de respirar. São os sinais de um incômodo que as pessoas grandes pensam que só elas sentem, mas que as pessoinhas da idade de Tistu sentem também.”
“O Sr. Papai se lembrou das palavras do Sr. Trovões: A gente não pode se opor às forças da natureza. É claro que nada podemos contra essas forças, refletia Sr. Papai, mas podemos pô-las a nosso serviço.”
“Tistu pôs o chapéu de palha para ir à aula de jardim. O Senhor Papai havia julgado melhor começar por aí. Uma lição de jardim, é uma lição de terra, essa terra que caminhamos, que produz os legumes que comemos e o capim com que os animais se alimentam.”
“Aprendi que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?”
“Quando os grandes falam em voz alta, as crianças não os ouvem, mas quando as pessoas grandes começam a falar em voz baixa e a dizer segredos, logo os meninos apuram o ouvido e procuram escutar justamente aquilo que não lhes queriam dizer.”
“Uma ideia que se instala em uma cabeça em breve se torna uma resolução. E uma resolução só nos deixa em paz quando a pomos em prática.”
“Para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante.”

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Pequeno Príncipe

Meus trechos preferidos do livro O Pequeno Príncipe...
“As pessoas vêem estrelas de maneira diferente. Para aqueles que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Para o empresário, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém terás estrelas como ninguém as teve...”
“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante. O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.”
“Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo.”
“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.”
“Num mundo em que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo. O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar.”
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.”
“Os homens do teu planeta cultivam 5 mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles procuram poderia ser encontrado numa só rosa, ou num pouco de água. Mas os olhos são cegos, é preciso ver com o coração.”
“É preciso que eu suporte 2 ou 3 larvas se quiser conhecer as borboletas.”
“Os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.”
Lições eternas, lições de vida.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Rubem Alves

"Os livros precisam estar ao alcance das mãos. Em todo lugar. Na sala, no banheiro, na cozinha, no quarto. Muito útil é uma pequena estante na frente da privada, com livros de leitura rápida. Livros de arte, por exemplo! É preciso que as crianças e jovens aprendam que livros são mundos pelos quais se fazem excursões deliciosas."
Rubem Alves - Trecho do texto Casas que emburrecem

sábado, 9 de junho de 2012

Cartão de visitas

"Um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário que lia o seu livro de ciências. O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia.
Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:
- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
- Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?
- Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda creem que Deus tenha criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.
- É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?
- Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência.
O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário. No cartão estava escrito:
Professor Doutor Louis Pasteur
Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Científicas da Universidade Nacional da França
Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima."
Fato integrante da biografia de Louis Pasteur, ocorrido em 1892. Louis Pasteur, ilustre pesquisador francês que descobriu a vacina anti-rábica e impulsionou a criação do Instituto Pasteur de Paris e várias outras instituições, que receberam o mesmo nome, no mundo todo.

sábado, 2 de junho de 2012

O livro é passaporte, é bilhete de partida

Bartolomeu Campos Queirós
Desconheço liberdade maior e mais duradoura do que esta do leitor ceder-se à escrita do outro, inscrevendo-se entre as suas palavras e os seus silêncios. Texto e leitor ultrapassam a solidão individual para se enlaçarem pelas interações. Esse abraço a partir do texto é soma das diferenças, movida pela emoção, estabelecendo um encontro fraterno e possível entre leitor e escritor. Cabe ao escritor estirar sua fantasia para, assim, o leitor projetar seus sonhos.
As palavras são portas e janelas. Se debruçarmos e repararmos, nos inscrevemos na paisagem. Se destrancarmos as portas, o enredo do universo nos visita. Ler é somar-se ao mundo, é iluminar-se com a claridade do já decifrado. Escrever é dividir-se.
Cada palavra descortina um horizonte, cada frase anuncia outra estação. E os olhos, tomando das rédeas, abrem caminhos, entre linhas, para as viagens do pensamento. O livro é passaporte, é bilhete de partida.
A leitura guarda espaço para o leitor imaginar sua própria humanidade e apropriar-se de sua fragilidade, com seus sonhos, seus devaneios e sua experiência. A leitura acorda no sujeito dizeres insuspeitados, enquanto redimensiona seus entendimentos.
Há trabalho mais definitivo, há ação mais absoluta do que essa de aproximar o homem do livro?
Experimento a impossibilidade de trancar os sentidos para um repouso. O corpo vivo vive em permanente e vários níveis de leitura. Não há como ausentar-se, definitivamente, deste enunciado, enquanto somos no mundo. O corpo sabe e duvida. A dúvida gera criações, enquanto a certeza traça fanatismo.
Reconheço, porém, um momento em que se dá o definitivo acontecimento: a certeza de que o mundo pessoal é insuficiente. Há que buscar a si mesmo na experiência do outro e inteirar-se dela. Tal movimento atenua as fronteiras e a palavra fertiliza o encontro.
Acredito que ler é configurar uma terceira história, construída parceiramente a partir do impulso movedor contido na fragilidade humana, quando dela se toma posse. A fragilidade que funda o homem é a mesma que o inaugura, mas só a palavra anuncia.
A iniciação à leitura transcende o ato simples de apresentar ao sujeito as letras que aí estão já escritas. É mais que preparar o leitor para a decifração das artimanhas de uma sociedade que pretende também consumi-lo. É mais do que a incorporação de um saber frio, astutamente construído.
Fundamental, ao pretender ensinar a leitura, é convocar o homem para tomar da sua palavra. Ter a palavra é, antes de tudo, munir-se para fazer-se menos indecifrável. Ler é cuidar-se, rompendo com as grades do isolamento. Ler é evadir-se com o outro sem, contudo, perder-se nas várias faces da palavra. Ler é encantar-se com as diferenças.
Texto extraído do livro A formação do leitor - Pontos de vista