sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma vida sem limites




Estou lendo o livro “Uma vida sem limites” de Nick Vujicic. Já havia visto um vídeo dele no youtube, mas sua vida é muito mais do que apenas alguns minutos. A força, esperança e paixão pela vida que ele tem, é uma lição para todos nós.

Nick Vujicic nasceu em 4 de dezembro de 1982, em Melbourne, na Austrália. Ele veio ao mundo sem braços e pernas devido a uma rara síndrome. Hoje em dia ele é palestrante motivacional e diretor da Life without limbs (vida sem membros), já tendo feito palestras em vários países do mundo.


Viver sem braços e pernas não é nada fácil, ainda mais quando o mundo é cruel. Quantas vezes nós, que nascemos com saúde e perfeitos, já reclamamos do cabelo que não é do jeito que queremos ou de alguma outra parte do corpo, que não nos deixa satisfeitos. Nunca se colocou tanta prótese de silicone, nunca se fez tanta lipoaspiração ou cirurgias corretivas. Pessoas estão ficando mais jovens, porém sem expressão, devido ao uso de botox. Será que tudo isso é mesmo necessário?

A mídia estimula a cultura de corpos perfeitos. É isso que os comerciais jorram na mente de milhões de brasileiros todos os dias. Imaginem quantos adolescentes e jovens que desejam ser aceitos por seu grupo de amigos, mas estão fora do padrão do corpo ideal. Nick teve que aprender a viver sem braços e pernas e a conviver com todos, pois seus pais sempre lhe deram uma vida normal. É essa bonita lição que ele nos dá. Se você não está satisfeito com seu corpo, com sua vida, leia o livro com a história completa.


Separei algumas frases interessantes e que podem nos ajudar em dias não tão felizes assim. Espero que possamos refletir e nos conscientizar de que, na maior parte do tempo, temos tudo de que precisamos para ser feliz e ter uma vida plena, nós é que colocamos empecilhos demais.


“Se não está onde queria estar ou se não realizou tudo que esperava atingir, o mais provável é que a razão resida não à sua volta, mas dentro de você. Assuma a responsabilidade e, depois, aja. Primeiro deve acreditar em si mesmo e no seu valor. Não pode esperar que os outros descubram seu esconderijo. Não pode ficar parado esperando que aconteça um milagre ou que apareça a oportunidade certa. Você deve pensar em si mesmo como uma colher de pau, e o mundo o seu caldeirão. Mexa a colher. Coragem!”

“Nossa capacidade humana de usar a razão pode ser uma benção e uma maldição.”

“Às vezes Deus espera que você dê uma ajudinha com o trabalho pesado. Você pode ter desejos, esperanças e sonhos. Mas também deve se mexer e agir para realizá-los. Deve se esforçar para ir além dos seus limites a fim de chegar ao lugar em que deseja estar.”

“Você recebe as maiores recompensas da vida quando é generoso, quando se doa, sem pedir contrapartida. A ideia é melhorar a vida das pessoas, ser parte de algo maior do que você mesmo e fazer uma diferença positiva.”

“A essência da vida não é ter, mas ser. Você pode se cercar de tudo aquilo que o dinheiro pode comprar e mesmo assim se sentir um ser humano completamente infeliz.”

“Uma das melhores maneiras que encontrei para aguentar firme e segurar as pontas, mesmo quando minhas preces não são atendidas, é ajudar outras pessoas. Se seu sofrimento é um fardo, tente aliviar a dor de outra pessoa e lhe dê esperança. Anime-a e ofereça alento, de modo que ela se sinta reconfortada no consolo de saber que não está sozinha em seu padecimento. Ofereça compaixão quando precisar de compaixão. Seja amigo quando precisar de amizade. Dê esperança quando mais necessitar dela.”

“Nunca se esqueça de que Deus jamais desiste de você. Continue caminhando sempre em frente, porque a ação cria ímpeto e força viva, que, por sua vez, geram oportunidade inesperadas.”

“A esperança é um catalisador. Ela pode remover obstáculos que parecem intransponíveis. Quando você insiste, recusando-se a desistir, cria ímpeto e movimento. A esperança gera oportunidades que jamais teria previsto.”

“Precisamos assumir a responsabilidade por nossa própria felicidade e sucesso. Seus amigos e familiares podem ajudá-lo em momentos difíceis. Seja grato por isso. Agradeça a generosidade deles, mas continue se esforçando. Quanto mais você se empenha, mais oportunidades cria.”

“Muitas vezes as adversidades que parecem nos atrapalhar, na verdade, nos deixam mais fortes. Você deve estar aberto à possibilidade de que a desvantagem de hoje pode ser a vantagem de amanhã. Concluí que minha falta de braços e pernas é um trunfo, um recurso a meu favor. Homens, mulheres e crianças que não falam a minha língua só precisam olhar para mim para saber que superei muitos percalços.”

“O segredo para seguir em frente, mesmo nos períodos mais difíceis, é deixar que seu sonho de vida seja guiado não por aquilo que você pode ver, mas pelo que pode imaginar. Isso se chama ter fé”

“Todos temos limitações. Jamais serei um astro do basquete, mas tudo bem, porque posso inspirar as pessoas a serem as estrelas de sua própria vida. Você jamais deve viver de acordo com o que falta. Em vez disso, viva como se pudesse fazer tudo aquilo que sonha fazer. Mesmo quando você sofre um revés ou passa por uma tragédia, sempre há um benefício inesperado, totalmente improvável e absolutamente impossível.”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A mais bela história

Essa história começou quando meu irmão comprou uma oficina mecânica no final de 2006 e, com ela, vieram 5 gatos que lá moravam. Em janeiro do ano seguinte fui conhecer o local e me apaixonei por uma das gatas, que estava prenha. Três dias depois meu pai saiu de manhã, como todos os dias, levando comida para os felinos da oficina. Na hora do almoço meu irmão retornou, trazendo a comida de volta e dizendo que um dos mecânicos havia jogado todos os gatos fora, só deixando a “barriguda”. Na mesma hora me desesperei – como uma pessoa pode jogar fora seres vivos? Pedi, então, que eles trouxessem a gatinha para ficar com a gente, porém tive que enfrentar uma batalha com minha mãe, que não gostava desses bichinhos e alegava que já tínhamos uma gata.
Foi um dia de choro, descrença, raiva e luta para que a gata viesse morar conosco. À noite, contra todos os argumentos da minha mãe, eles chegaram com a “barriguda”. Ela, muito assustada, entrou debaixo da geladeira e lá ficou. As pessoas ignoram que os animais são seres vivos, sentem dor, fome, medo, sede e também o amor que temos por eles. São criaturinhas de Deus.
Prometi para a minha mãe doar todos os filhotes, e, assim, ela ficou na nossa casa. Quatro dias depois eles nasceram. Um de cada cor. Novamente tive que ouvir as reclamações e pressões da minha mãe - uma hora era o sofá cheio de pelos, outra a sujeira e até que eles pareciam camundongos. Fiz vários panfletos para adoção e distribuí pela cidade. Consegui doar dois para uma pessoa e sofri muito com a dor da mãe procurando seus filhos. Ela, miando de um lado e eu, chorando de outro. Com o coração partido, pensava: “Por que eles não podem ficar? Onde alguns ficam, a gente se aperta e os outros se ajeitam.”
Depois de várias desistências de futuros donos, resolvi assumir o que eu queria desde o começo – ficar com eles. Agora eram cinco gatos em casa – a gata que eu já tinha, a ex-barriguda, que recebeu o nome de Noelle, em homenagem a Sidney Sheldon, já que ela chegou na semana em que ele se foi e seus três filhotes.
Assim fomos vivendo entre as reclamações em casa e o trabalhão que dava e que ainda daria, afinal, só de fêmeas, eram quatro e não queríamos mais filhotes. Em pouco tempo todos já estavam castrados e felizes. Certas vezes até pensava por que essa situação tinha acontecido. Foram tantas lutas, choros, emoções. Se eu não soubesse de nada que havia acontecido na oficina, não teria tantos problemas. Apesar do amor que sentia por eles, enfrentar a minha família todo dia, era difícil, eles tinham o direito de não gostar e eu de gostar.
No dia 31/08/07 Noelle deu uma escapadinha para o nosso quintal. Não deixamos os gatos saírem sem alguém olhando, mas como ela era gata de rua, a deixava um pouco livre nas raras vezes em que acontecia. Começamos a nos assustar quando ela não voltou. Eu já havia ido trabalhar, mas ligava a todo o momento para casa, no intuito de ter notícias. Perguntamos a todos e ninguém sabia de nada. No dia seguinte meu pai falou com um vizinho que não havíamos falado antes e ele disse que alguns garotos estavam procurando uma gata grávida e ele achou uma na casa dele, deu para os meninos e ajudou a levar a caixa até uma favela próxima. Sim, ele havia dado a minha gata. Ele ainda tentou consertar dizendo que não era a mesma da foto, que estava prenha, enquanto Noelle já era castrada. Mas só podia ser ela.
No mesmo dia ele e meu pai foram até a tal favela onde os meninos moravam para tentar localizá-los, mas a avó deles disse que não tinha nenhuma gata lá. Se Noelle tivesse ido embora por conta própria, saberia voltar, com certeza, mas dentro de uma caixa fechada...
Foi aí que começou a minha batalha. Foram cartazes, idas à favela, mensagens pela Internet e nada. No sábado seguinte meus pais conseguiram encontrar os garotos em casa e chegaram com essa boa notícia, só que havia a notícia ruim também, ela tinha entrado num buraco de uma obra da casa vizinha e não saía de lá. Será que estava presa? Ferida? Foram dias de muita agonia. Imaginar a Noelle ser tirada do seu lar seguro e largada numa favela com fome, sede, gente estranha, me atormentava. O que me chamava atenção, também, era que havia nessa história muitas coincidências. Ela nunca ia para o quintal e foi exatamente no dia e na hora em que umas crianças procuravam uma gata. E o vizinho saiu de casa ao mesmo tempo em que as crianças estavam na rua. E por que ela não pulou de volta para minha casa? Por que eles não encontraram os meninos logo no primeiro dia que foram lá? E ainda por cima a avó mentiu. Coincidências não existem, sempre acreditei nisso. O que era tudo isso, então?
Nesse período li alguns livros que nos ensinam que tudo é possível, basta querer. Ouvia as pessoas contando histórias de gatos que tinham voltado para as antigas casas, após uma mudança, mesmo estas sendo bem distantes. Isso me deu muita força para seguir adiante. Munida de escada, ração e muita determinação, voltei até a favela para, eu mesma, olhar dentro do tal buraco. Pulei o muro de uma casa vazia, em obras, numa favela do Rio de Janeiro. Gritei, chamei, fiz barulho com o saco de ração. Olhei, me rastejei, me machuquei e nada. Ela não estava ali. A não ser que estivesse morta lá dentro.
Nunca desisti dela, nem quando um outro vizinho falou: “Não quero te desanimar, mas vai ser difícil ela voltar.” Nem quando recebi um telefonema de alguém que viu o anúncio no poste e me disparei até lá para constatar que não era ela. Ainda bem que a outra gata perdida já fazia amizade com a família. Teria ela um novo lar? Torci para que a resposta fosse positiva. Mas cadê a mãe dos 3 gatinhos que estavam na minha casa? Os dias passavam e parecia que cada vez mais as chances de encontrá-la diminuíam. Quanto tempo um gato fica sem comer? Eram tantos questionamentos.
Comecei a mudar a estratégia. Ao invés de mentalizar com todas as minhas forças que ela voltaria, comecei a agir como se ela já tivesse voltado. Chegava do trabalho com a expectativa de encontrá-la e, quando não a via, não ficava decepcionada, apenas mudava de pensamento imediatamente. Difícil? Tudo é possível para quem acredita.
Nessa época dava aulas de teatro às sextas-feiras pela manhã e tinha 2.30h livres até pegar minha turma de educação infantil à tarde. Aproveitava esse tempo para caminhar na Lagoa Rodrigo de Freitas. Muitas vezes olhava a pista e, como estava totalmente livre, fechava os olhos e seguia imaginando ela em casa, com os filhotes, feliz, me esperando na varanda. Massacrava a minha mente com frases do tipo: “Tudo é possível”, “Podemos conseguir o que queremos”, “Se eu imagino, posso realizar”, “A nossa mente é poderosa, pode fazer coisas que nem imaginamos”, “Acredite!”. E eu acreditava.
O tempo passava e nada. Os meninos falaram que ela havia fugido de lá e não a viram mais. Meu coração apertava, mas eu seguia em frente. Resolvi que não faria nada para comemorar meu aniversário, dia 21/9. Ia ficar quietinha em casa. Nesse ano, a data caía numa sexta, então dei minha aula, caminhei na Lagoa, voltei para a escola, trabalhando a tarde toda. Quando cheguei em casa, à noite, minha mãe me falou: “Olha para trás.” E tal foi minha surpresa ao ver minha gata de volta. “Como?” – perguntei. Para ouvir a explicação de que os meninos conseguiram pegá-la. Foi o meu melhor presente de aniversário. Exatamente 21 dias depois do seu “sequestro”, ela retornava. O que me chamou a atenção foram os 21 dias. Sempre escuto alguma coisa relacionada ao número 21. O que ele tem de tão especial? Eu não sei, mas sei que eu consegui, ela voltou!
Por mais que o mundo inteiro te diga que seu sonho é impossível, que você não vai conseguir, se você quer mesmo, não desista nunca. Nunca! O Universo não para de conspirar a seu favor. Acredite! Eu acreditei!

** No dia 15 de maio de 2018 Noelle, a minha Lourinha, foi para o céu dos gatinhos. Morreu de velhice e seus 3 filhos continuam morando comigo. Te amo, Loura!